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Dia 11 de Junho Emika participou do '5th International Conference on Emotional Geographies' na Universidade de Edinburgh, na Escócia. Eu e a Lola aproveitamos, fomos junto e ainda passamos por Londres! |
A questão era se ela ia ou não.
Foram cálculos de dinheiro, tempo e disponibilidade. Afinal de contas seria bem o período de entrega dos produtos para a Papel Craft e tínhamos a ação com a ONU logo em seguida - e precisávamos produzir 800 Lolas (veja todas as fotos da ação aqui)
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Nossos produtos na Papel Craft e a celebração do dia mundial do refugiado, 19 de Junho, na Escola Municipal Friedenreich - RJ |
Foram alguns dias pensando até que olha o que aconteceu:
Depois de uma reunião de planejamento, continuávamos sem saber o que fazer. Pedimos ao universo um sinal - qualquer um que fosse, se era pra ir até lá ou não.
No fim do dia, toca o email, novo cliente cadastrado, nova venda aprovada: Mariah Escóssia. Isso mesmo que você leu. A Mariah Escóssia se tornaria nossa cliente e veio nos contar que era sim, não só pra Emika ir, como eu também. (Ok, tem uma diferença na escrita. Mas soa da mesma forma.
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Mariah Escóssia, nossa cliente, fez a compra no dia que a gente pediu "um sinal para o universo" sobre a viagem |
A gente sempre quis ir para Londres com foco em Negócios Sociais (lá conhecidos como Social Entrerprise), já que Londres é uma das cidades de referência nesse tipo de negócio no mundo.
Um frio na barriga, dias sem dormir pra dar conta de tudo, um email pra nova cliente contando sobre o que o nome dela fez nas nossas vidas e lá fomos nós. Já que a gente ia 'até ali', decidimos chegar por Londres e ir para a Escócia de trem.
Três guias de viagem, seis bonecos, um casaco e um caderninho.
Embarcamos.
Viajamos de Iberia, coisa que na verdade não recomendo para ninguém. Foi o voo mais difícil da minha vida. Sério. A cada turbulência eu só pensava: eu vivi feliz. eu vivi feliz. eu amo minha família e todos sabem disso. eu vivi feliz. eu deixei uma marca de amor no mundo. eu fui feliz. Foi um sufoco.
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Nunca fiquei tão feliz de pousar quanto nesse dia. Nós sobrevivemos. |
Depois de chacoalhar bem muito o cérebro, chegamos em Madrid para uma pausa rápida e troca de aeronave. Tomamos um café delícia, passeamos nas lojas e logo entramos no outro avião, para chacoalhar ainda mais.
Sobrevoar Londres é algo curioso. O avião dá vááááárias voltas em torno da cidade e você fica acompanhando da janelinha as camadas de aviões pousando - ou seja, uma loucura.
O parlamento, a roda gigante e um arrepio enorme pela espinha. Lá estava ela, essa cidade tão cheia de história.
Assim que a gente chegou foi direto para o metrô, pois até a região central é mais uma hora, agora debaixo da terra. Compramos o tícket e seguimos a viagem.
Chegamos no Hotel quase no fim do dia. Deixamos as malas e fomos dar uma volta a pé. Ficamos na Russel Square, perto de da New Oxford Street e do metrô. Logo na primeira esquina, um amor que encontraríamos em várias esquinas de Londres: PRET A MANGER. Trata-se de uma rede de "fresh food" de comidinhas orgânicas, sanduíches super frescos e bebidas naturais. As comidinhas ficam prontas na prateleira: é pegar, pagar e comer. Se você come no restaurante paga uma taxa a mais. Se for para levar, é mais barato. Além de toda a beleza de opções de comida, o Pret também tem missão social, missão com produtores locais, missão com a sustentabilidade. Era, de fato, um paraíso para nós. Opção de comida rápida, fresca, de valor acessível e em todos os lugares.
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Pret a Manger é uma rede de comidas naturais e orgânicas. Um sonho. |
Seguindo na rua, o Dôdu encontrou sua loja favorita, assim no primeiro dia. James Smith, uma loja familiar, que desde 1830 produz guarda-chuvas à mão. Um por um. E olha... a loja é enorme.
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Dôdu, o ônibus e a loja de Guarda-chuvas, desde 1830 |
Logo pegamos o metrô de novo e encontramos o irmão de Emika, que mora em Londres.
Próxima parada: Lewisham (longe pra dedéu, mais uma hora de metrô)
Um caminho a pé e chegamos no nosso destino. A sensação foi de estar no sonho do sonho. Sabe?
Fomos até o Model Market, um mercado que acontece durante os fins de semana no verão, sexta e sábado. O cenário era de verdade: um mercado abandonado de 1950, circus lights, boa música, tonéis de fogo (porque mesmo sendo verão tava um frio danado) e um céu azul até pra lá das 22h.
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Model Market, merengues, Buns e Barbecue |
No mercado a gente comeu sanduíche tipo Buns, uma massa oriental, feita no vapor que é simplesmente a sensação de morder uma nuvem deliciosa (coisamaismaravilhosadomundo). Também comemos barbecue com pint. Hummmmm.
E de sobremesa: um monte de merengue de fadas e unicórnios. Não dá pra descrever a sensação.
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Meringue Girls |
Metrô de volta e agora além do cérebro, o coração, os olhos e o corpo todo estavam chacoalhados. Londres tomou meu coração de um jeito que acho que um pedaço meu ficou por lá.
No caminho para o hotel entramos numa loja de conveniência. Tomamos coca-cola de vanilla (que tem gosto de aromatizador - óbvio hahaha) e mais um novo caso de amor nas nossas vidas: Ben & Jerry´s. (que depois que a gente chegou deu de cara com uma loja deles em SP).
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Ben & Jerry´s, um sorvete com selo Fairtrade e Ninha, a nuvem de estimação da Lola |
O corpo estava exausto, mas o coração estava em festa.
Precisava recarregar as baterias. - as nossas e as do controle remoto do quarto do hotel. (hahahaha - zero glamour, mas impossível não dividir isso com vocês)
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Zero glamour. |
Sobre as primeiras impressões: bem, já sabemos que viagens abrem vááááárias portas (e janelas) na sua mente. Mas sentimos isso na pele, logo no primeiro dia. Várias coisas se tornam muito pequenas e sim, o mundo está cheio de inúmeras outras possibilidades. Outras duas coisas, percebidas logo na fila da imigração: gente, existem MUITOS tons de pele no mundo. Muitos outros que como nós não convivemos, não sabemos. Mas a paleta de cor da vida é diversa, maravilhosa e complementar. E a outra coisa que a gente já sabia é que cultura e respeito devem caminhar juntos. Eu provavelmente nunca vou entender o uso de certos elementos de cultura e religião - mas uma coisa é certa, é fato e eu entendo e sei: é preciso respeito. Respeito e tolerância. Quando houver mais respeito no mundo, haverá mais paz.
Amanhã eu conto mais.
Beijos,
tânia piloto
* Nossa coleção 'Love London' está disponível na nossa loja online. Para cada produto que você compra, uma Lola ou Dôdu é doada para uma criança ou jovem em situação de risco, com ação de arteterapia vivencial.
*geografia emocional:
A
geografia emocional é uma geografia humanística inspirada em
diferentes doutrinas filosófica: fenomenologia, o existencialismo e o
pós-modernismo. A visão emocional acentua tonalidades, espaços e
tempos.
A
pesquisa da Emika documentou o movimento do corpo no centro do Rio de Janeiro e
analisou como o corpo experiência o espaço urbano. O movimento do corpo
traz significados e respostas sobre a cidade: a forma como as pessoas se
movem na cidade configura um mapa emocional.
Emoção é uma reação corporal, nem sempre consciente, mas vital.
Emika Takaki é doutora em Urbanismo, mestre em Engenharia de Produção, Professora no curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro e ilustradora do ateliê ...com Lola.
Que viagem incrível! A Europa faz isso com a gente mesmo, abre a mente! Grande beijo e muito sucesso pra vcs!
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